sexta-feira, dezembro 31, 2010

Custo X beneficio X transportabilidade ,Será que vale a pena?



Há alguns anos surgiu no mercado um sistema que permite utilizar os toca-discos convencionais para manipular músicas de vários formatos digitais compactados, como MP3, WMA e outros, no computador. Ou seja, basicamente transforma o(s) toca-discos em “joysticks". Este sistema não recebeu um nome geral, cada empresa batizou seu produto. Para simplificar chamarei de interface e / ou sistema timecode.
A Stanton, um dos primeiros a disponibilizar uma interface / sistema de timecode denominou-a de FinalScratch. Hoje, existem vários outros, e alguns estão se tornando tão popular quanto o FinalScratch da Stanton, tais como, o Serato Scratch Live da Rane e Torq Conectiv da M-Audio.

Para quem não sabe com funciona um sistema de timecode, tecnicamente é “simples”. Em vinil e / ou CD, é gravado um sinal especial contendo algumas freqüências, que recebe o nome de timecode (código de tempo). Para os ouvidos humanos, o timecode soa simplesmente como um apito contínuo, mas este som é interpretado pelo software de mixagem para DJ, compatível com a tecnologia, e transformado em “comandos”, que atuam na música em uma fração do segundo após a manipulação do vinil ou CD de timecode.

Com isso, tudo que o DJ fizer neste vinil / CD, o software agirá quase que instantaneamente, apenas com um pequeno atraso, de menos de um segundo, mas leva a crer que tudo ocorre em tempo real (real time), como se tivesse realmente tocando uma música gravada no vinil / CD. Dependendo, em algumas configurações normalmente inadequadas, pode ser notado um pequeno atraso entre a manipulação e a execução do som.
Para se usar o vinil / CD com timecode, é necessário uma interface (equipamento) especial que é basicamente uma placa de som dedicada (desenvolvida para esta finalidade), que é conectada ao computador pela porta USB / Firewire, e aos toca-discos e mixer por cabo de áudio comum. O sistema de timecode permite tocar qualquer música no formato MP3 e até outros formatos, que estejam no computador, de qualquer gênero, ritmo ou estilo, como se estivesse em vinil, o que é muito bom para DJs de performance (apresentação) e para DJs que só tocam em vinil devido ao charme físico proporcionado pelo equipamento. Também é útil para DJs que colecionam vinis há muitos anos e querem usá-los junto com as novas tecnologias, músicas em formatos digitais compactados, sem abrir mão da forma física e sentimental de tocar, proporcionada pelos toca-discos convencionais.

Os sistemas de mixagem de timecode podem e são usados tanto profissionalmente quanto por hobbie. O FinalScratch é um dos mais caros e já está na sua 2ª versão, mais preciso, e sem as deficiências do primeiro FinalScratch.

Como muitos já sabem, os sistemas de timecode não são a única forma de se tocar músicas em formatos digitais compactados, como se estivessem no vinil. Já existem vários CD / MP3 players inclusive com pratos motorizados, que simulam a forma de tocar, os recursos e efeitos proporcionados pelos players de vinil convencionais (toca-discos / turntables). Dependendo da configuração, estes sistemas podem ser mais baratos e mais práticos que os sistemas timecode.
Mesmo sendo um sistema interessante e já ter modelos mais baratos, o sistema de timecode tem duas grandes desvantagens perante outros sistemas já existentes.

O sistema para a maioria é caro, principalmente se levado em conta que além do computador, mixer, toca-discos e da interface necessários, ainda tem despesas com desgaste dos equipamentos, da agulha, do próprio vinil de timecode e do potenciômetro do controle de velocidade (“pitch”), que dependendo da técnica e cuidados podem se desgastar rapidamente. Quem optar por usar um CD / MP3 player profissional para DJs, tem o desgaste do leitor óptico, que pode durar de dois a cinco anos dependendo do uso, cuidados, da marca e do modelo do aparelho e do próprio leitor óptico.
O pior quanto ao leitor óptico é que este componente, da maioria dos equipamentos, são difíceis de serem encontrados para compra e troca, e às vezes quando se encontra, são vendidos por preços exorbitantes. Além de ser ou se tornar caro, talvez o pior problema dos sistemas timecode para muitos profissionais, seja a transportabilidade de toda a tralha. Par se ter uma idéia do problema de transportabilidade, se um DJ que leva seu próprio sistema, quiser tocar seus vinis e usar também o sistema de timecode, ele terá que levar, nada mais nada menos que: duas toca-discos / CD players, mixer, laptop, sistema / interface timecode, e por fim o case (mala) de vinil. Isso se não levar também o case de CDs. Não podemos esquecer dos cases, malas especiais de transporte para os equipamentos, que também influenciam e muito no transporte, devido ao volume e peso. Os sistemas timecode, quanto a custo, praticidade e transportabilidade compensam apenas para uns poucos profissionais e / ou amadores (hobbistas). Minimizando o custo e peso, como alternativa para tocar MP3, poderia usar os CD / MP3 players profissionais para DJs que simulam o vinil e tocam tanto CD de áudio convencional quanto MP3, também como se estivesse no vinil. Se o DJ quiser usufruir da praticidade do laptop e não faz questão de prato giratório (motorizado), poderá por um custo menor e mais prático, usar um controle como os citados em controles para software profissionais de DJs. As indústrias de sistemas timecode apostaram na extrema praticidade e flexibilidade dos laptops e do áudio compactado. Porém, a tralha toda necessária para usar um sistema timecode e o alto custo geral, matam as principais vantagens do laptop.

Não que o laptop não seja viável. Muito pelo contrário.

É muito mais prático, versátil e se torna muito barato dependendo de como é usado. O problema está, como já disse, na tralha toda. Abaixo, poderá ver algumas alternativas que tornariam o sistema mais prático. Além das alternativas citadas, há hoje tecnologias que possibilitam criar controles, equipamentos para DJs consideravelmente mais inteligentes, práticos, precisos, eficientes, resistentes, leves, de melhor transportabilidade e para os tradicionalistas, manter os recursos de formas tradicionais de manipular a música como no vinil, somado a novas formas, proporcionadas pela evolução tecnológica.

Se não fosse a falta de estudo das necessidades técnicas das maiorias das especialidades dos DJs, a indústria investiria melhor em tecnologias mais eficientes, em uma relação amigável entre o modo tradicional e o moderno de tocar, a transportabilidade, praticidade, versatilidade e custo, o que é possível. Veja mais em sistemas timecode conceituais alternativos, sistema conceitual alternativo ao timecode, e controles conceituais. Muito provavelmente, quando a indústria lançar controles MIDI / USB como descrito acima e em controles conceituais, com pratos motorizados, para manter a forma tradicional de tocar, os sistemas que utilizam timecode virarão elefantes brancos. E isso não está longe, mesmo que seja na base da tentativa e erro, ou seguindo conceitos.

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